Tipos de Resinas e Compatibilidade com Materiais Antigos

Tipos de Resinas e Compatibilidade com Materiais Antigos

A escolha da resina certa é um dos fatores mais importantes em qualquer reabilitação de tubagens.
Nem todas as canalizações reagem da mesma forma, e a compatibilidade entre a resina e o material original do tubo determina a aderência, a resistência e a durabilidade do resultado final.

Em Portugal, muitas redes antigas são feitas de grés vitrificado, ferro fundido, chumbo ou betão, enquanto as mais recentes utilizam PVC, PP ou PE.
Cada material tem um comportamento diferente face à temperatura, à pressão e à química da resina — e é por isso que a escolha deve ser feita caso a caso.

1. Resina Epóxi – o padrão de referência

A resina epóxi é a mais utilizada e confiável no setor da reabilitação.
Tem uma excelente aderência a praticamente todos os materiais, incluindo grés, ferro fundido, betão e PVC.
É resistente à corrosão, à abrasão e aos produtos químicos normalmente presentes em redes de esgoto e drenagem.

Além disso, a epóxi mantém uma estabilidade dimensional elevada, mesmo após décadas, o que a torna ideal para reabilitações estruturais e revestimentos contínuos.
É o tipo de resina que mais recomendamos para redes residenciais, condomínios e condutas subterrâneas.

2. Resina Poliéster – solução rápida, mas menos duradoura

A resina poliéster é mais económica e tem um tempo de cura rápido, sendo usada em reparações de pequena escala ou temporárias.
Funciona bem em tubos de PVC, PP ou PE, mas tem menor resistência química e mecânica comparada com a epóxi.

Não é recomendada para tubagens antigas de grés ou ferro fundido, onde a aderência pode ser insuficiente.
É uma boa opção quando o custo e a rapidez são prioridade, mas não quando se procura uma solução definitiva.

3. Resina Viniléster – resistência química superior

A resina viniléster combina características da epóxi e do poliéster, com melhor resistência a ácidos e agentes químicos.
É indicada para instalações industriais ou locais onde circulam águas com elevado teor químico, como laboratórios, cozinhas industriais e fábricas alimentares.

Oferece excelente aderência em tubos de betão e ferro fundido, mas é menos usada em contextos residenciais devido ao seu custo mais elevado.

4. Resinas Fotossensíveis – cura por UV ou LED

Com a chegada das tecnologias UV e LED, surgiram as resinas fotossensíveis, formuladas para endurecer rapidamente quando expostas à luz.
Estas resinas têm baixo tempo de reação e produzem superfícies extremamente lisas e resistentes.
Funcionam bem em materiais modernos (PVC, PP, PE), mas também aderem corretamente ao grés e ao ferro fundido quando a limpeza é bem executada.

Ainda assim, como são tecnologias mais recentes, a durabilidade a longo prazo ainda está a ser monitorizada, especialmente nos sistemas LED.

Compatibilidade prática com os materiais mais comuns

Material OriginalResina CompatívelObservações Técnicas
Grés vitrificadoEpóxi / UVNecessita abrasão leve para melhor aderência
Ferro fundidoEpóxi / VinilésterAtenção à oxidação; limpeza completa é essencial
BetãoEpóxi / VinilésterAbsorvente, exige selagem prévia
PVC / PP / PEEpóxi / Poliéster / UVSuperfícies lisas, requer preparação e secagem completa
Chumbo (antigo)EpóxiAlta aderência, solução de reforço estrutural recomendada

Como garantimos compatibilidade total

Antes de qualquer aplicação, realizamos testes de aderência e avaliação do estado interno através de inspeção vídeo e medições técnicas.
A preparação da superfície é ajustada ao material — com escovagem, abrasão ou desengorduramento — para garantir que a resina cria uma ligação perfeita.
Só depois dessa verificação é que a aplicação é autorizada, garantindo um resultado duradouro e estável.

Durabilidade e segurança

Uma aplicação de resina epóxi corretamente curada pode durar mais de 50 anos, resistindo à pressão e às variações térmicas típicas das canalizações domésticas.
Além da resistência, estas resinas são seguras e certificadas para uso em redes de águas residuais e pluviais, cumprindo as normas europeias de qualidade.

Em resumo: a reabilitação é tão boa quanto o material usado.
É por isso que priorizamos sempre resinas de qualidade profissional, compatíveis com a realidade das construções portuguesas e adaptadas a cada tipo de obra.